A vaca Jarmelista veio do norte da Península Ibérica, da Serra das Astúrias, para trabalhar no campo. Depois que uma Jarmelista criava os  seus filhos, ela parava de dar leite. 

Naquela época e durante séculos, as mulheres tinham dez ou mais filhos. Após o quarto ou quinto parto já não forneciam leite. Os seus filhos eram alimentados com leite de cabra. A maioria deles não prevaleceria.   

Mas, de vez em quando, uma Jarmelista, que mais tarde daria origem à raça Jarmelista, continuava a dar leite mesmo quando os seus bezerros já não precisavam. Estas vacas foram favorecidas para reprodução. 

A repetição e o passar do tempo produziram uma alteração genética e aconteceu um milagre de simbiose: a Jarmelista depois de criar os seus filhos continuaria a dar leite para ajudar os humanos, as Mães de outra espécie, a alimentar os seus filhos de modo saudável.   

Em Fragas e Colinas consideramos esta alteração genética, feita em equilíbrio com a natureza, quase um milagre. No entanto, o Homos Sapiens Sapiens é ingrato. Depois que a agricultura mecanizada assumiu o controle, a Jarmelista viu um declínio nos números. Na década de sessenta do século XX a Jarmelista estava à beira da extinção total.

Alguns homens sob a liderança de Agostinho da Silva fizeram seu propósito de vida: garantir que esta maravilhosa vaca permanecesse  nas encostas e alturas de Jarmelo e freguesias vizinhas. A Fragas e Colinas trabalha arduamente para fazer prevalecer as vacas Jarmelistas. Não conseguiríamos fazer outra coisa senão dar ao nosso gado cuidado, amor e ternura.